Era mais uma lua, na grande neve, e o grande guerreiro da tribo, no seu pensamento, no seu sonho, no seu encontro, misturado com sua vontade, obteve uma resposta do Grande Espírito.
Em forma de sonho veio ao guerreiro que, na lua do dia seguinte, o guerreiro deveria sair à caça, para também proteger a sua nação, da fome. A comida era pouca e assim o guerreiro, na lua do dia seguinte, acordou, e se lembrou do sinal que teve.
Antes de sair, o grande xamã da tribo chamou o grande guerreiro, abençoou-o e o guerreiro, com os olhos fechados, concentrado, o xamã à sua frente com seu cachimbo, soltando a fumaça da proteção no guerreiro, disse: Guerreiro, hoje, lua, hoje dia do seu encontro. Hoje, a mudança do novo caminho para você, guerreiro. O guerreiro vai saber por quê. O Grande Espírito vai trazer o sinal a você, guerreiro. Vá em paz e que o Grande Espírito abençoe o guerreiro.
Assim foi o guerreiro preparado, pronto, à caça porque já não tinha mais alimentação na tribo. Este guerreiro caminhou por algumas luas, duas a três luas, atrás do grande búfalo Tatanka e, na montanha sagrada, quando se preparou para dormir (descansar, na língua de vocês), teve o seu encontro com o Grande Espírito, que disse ao guerreiro, na montanha sagrada: Grande Guerreiro é filho do vento, tem força e coragem, é filho do Grande Espírito! Nesse novo caminho que mostro, o guerreiro vai perceber que nem tudo é da forma que o guerreiro deseja e se você, grande guerreiro, tiver fé, esperança e a força dentro de si, vai trazer o certo e não vai amaldiçoar o caminho.
O guerreiro acordou, caminhou pela neve, até que escutou um barulho. Olhou à distância e viu aquilo que muitos queriam ver, que todos tentavam, mas não conseguiam. Era uma grande lenda. Encontrou Tatanka, o grande búfalo, este búfalo fêmea, branco.
Preparou a grande flecha e começou a vir no seu pensamento aquilo que o grande espírito tinha passado a ele, que não era tudo, que com fé, com coragem, e com entendimento e equilíbrio, o caminho era outro. Assim que ele preparou para atirar a grande flecha, ele percebeu ao lado, saindo de trás da mãe, Tatanka pequeno, filho, e logo quando viu, tirou a flecha do arco, ficou vendo aquela cena da mãe com o filho.
Naquele momento era só a visão sagrada do búfalo branco com seu pequeno filhote branco, onde muitos queriam ver, fazer a visão, que por muitas luas se tornou história. E este guerreiro viu. Quando fez o seu caminho de volta, ao mesmo tempo que sua mente estava em agradecimento ao Grande Espírito por ter tido a visão sagrada, condenava a si mesmo, por te sido um covarde, um fraco, que não conseguira colocar a sua flecha no búfalo para trazer a alimentação.
Ao mesmo tempo, a visão sagrada, e a frustração da volta: como é que eu não consegui? Estou com vergonha de mim mesmo.
Quando estava chegando à tribo, à grande aldeia, o grande xamã já o esperava. O guerreiro olhou o grande xamã à sua frente e disse: Desculpe. Eu não consegui. Sou um fraco.
E o grande xamã disse: O que viu, grande guerreiro, era o que muitos que achavam que estavam preparados, e queriam ter a visão, não viram. O Grande Espírito escolheu você, guerreiro, porque o guerreiro soube respeitar a si mesmo e ao grande búfalo sagrado branco com seu pequeno, para você buscar um novo caminho. A partir de hoje você, guerreiro, é o novo chefe da tribo.
Da mesma forma, cacique fala a vocês, guerreiros, com esta história: Quantos de vocês guerreiros buscam o grande búfalo branco, onde o Grande Espírito coloca no caminho de vocês, guerreiros, todas as luas, todos os dias, o sagrado, e os guerreiros acham que, pelo simples fato de mudar a paisagem, como os guerreiros falam na Terra, os irmãos acham que realmente vão cravar o pé na terra, caminhando livres, sem estar acorrentados como disse a guerreira Orquídea, e voltar na direção certa. Engano dos guerreiros. Não é a paisagem que deve ser mudada e, sim, a nova visão.
Do que adianta fazer mudança de caminho ou mudança de paisagem, se não mudar a visão dos guerreiros, a forma que os guerreiros estão vendo!
Cacique fala: é colocar o novo no velho. A visão nova da busca onde os guerreiros têm a lembrança do passado, mas à sua frente é o caminho. O presente é o caminho, o futuro é o caminho dos guerreiros, mas não o futuro de distância longa e, sim, o hoje. O hoje é o presente e o futuro dos guerreiros.
E, sim, os guerreiros podem fazer um novo caminho, com a nova visão, se não nada resolve. É com esta nova visão que tanto o Cacique como a corrente pedem aos guerreiros que vão caminhar, sentindo a terra neste novo caminho, se tornando grandes guerreiros aos olhos do Grande Espírito e realmente tendo a visão do búfalo branco. Quando o grande xamã terminou de falar, o guerreiro perguntou ao xamã: Grande xamã, como sabia que realmente estou falando a verdade da visão?
E xamã olhou no olho do guerreiro e disse: Eu tive a minha visão há muitas luas atrás. Era Tatanka búfalo fêmea com filhote pequeno. Outros guerreiros que chegavam aqui falando do búfalo branco, macho, não era esse, era invenção da mente. Por isto eu sabia que a visão certa era búfalo fêmea, mãe, com seu pequeno. Por isto xamã sabe que você está falando verdade. Foi a mesma visão. Guarde com você esta visão. Lá para frente, outros vão vir e a mesma história se repete.
Que os guerreiros tenham seu encontro realmente com seu novo caminho sagrado, com sua visão nova sagrada, que os guerreiros escutem o tambor dentro de si. Se os guerreiros querem realmente a mudança, é o melhor começo para que os irmãos peguem este novo caminho.
Cacique agradece a todos os guerreiros aqui em forma de espírito, a todas as energias aqui na Casa de Luz, pela ajuda, pela limpeza, aos guerreiros aqui na Casa de Luz, que os irmãos busquem sua paz, sua força, sua energia, acreditem na sua verdade, e que os guerreiros caminhem com alegria. Se os guerreiros encontrarem um obstáculo hoje, amanhã, ao acordarem, perguntem para si mesmos, guerreiros: hoje só tenho dois caminhos, o caminho para vencer, e o caminho para ser derrotado. Aí os guerreiros alimentem o caminho escolhido.
Que o grande espírito abençoe a todos.
Nuvem Vermelha
